terça-feira, 18 de julho de 2006

Guerra sem fim

Mais uma vez, o mundo assiste a um conflito lá pelas bandas do Oriente Médio. Loucura, irrealismo, intolerância, insensibilidade dirão alguns. Para outros, o desânimo é total, pois a sensação é de dejà vu. Todas as guerras são barbaridades sem explicação nenhuma, isso todo mundo já sabe. Mas, vamos combinar, elas dão “ibope”, elegem governos, encontram defensores e filosofias.

Não vou falar quem começou primeiro. Só acho que Israel pegou pesado. Como estão dizendo por aí, colocar o Líbano de joelhos é fácil (explodir pontes, destruir portos e aeroportos, matar civis, etc...), difícil mesmo é achar que isso vai controlar o tal grupo terrorista.

A arte da guerra


Conversei, pelo msn, com um amigo meu israelense que mora em Tel Aviv e perguntei como estava a situação por lá. Ele respondeu que as pessoas estão tranquilas e que as Forças Armadas de Israel são muito mais fortes do que as do país vizinho. (Óbvio que se não fossem, não atacariam, não é cara pálida?)Apesar das imagens que vemos e informações que recebemos, ele foi curto e grosso: disse que morre mais gente em São Paulo em um dia normal do que cidadãos israelenses nesse conflito sem fim.

Aqui entre nós: Quando ele estava aqui no Brasil, a mãe ligava diariamente desesperada - bem ao estilo das mães de lá - com medo que acontecesse alguma coisa com ele: "o Brasil é um horror de perigoso", dizia. Choque, né? Enfim... Dizer o quê? Eles, que nasceram na terra santa, que se entendam. E nós, que nascemos em berço esplêndido, que... que o quê, hein?

Bonus Track
E a ONU? Cadê a ONU? Toda vez que tem algum conflito, principalmente no Oriente Médio, a organização assemelha-se àqueles pais de criançinhas rebeldes que brigam em parquinho de diversões: manda parar, diz que vai bater, grita, ameaça, o filhinho faz birra, mas continua lá, na marra, brigando. Só que no mundo não tem pai, né? Ou tem? É o pai nosso? É Bush? É o Superman? Chatíssimo isso. Melhor pensar em Porto Seguro e nos dias que passarei lá... trabalhando.

quarta-feira, 5 de julho de 2006

Hexa doeu Brasil!

Para mim, com essa frase, a turma do Casseta e Planeta deu a melhor definição do que foi a trajetória da seleção brasileira na Copa da Alemanha. A busca pela sexta estrela foi decepcionante e doeu na alma, não é mesmo? Embora a derrota contra França tenha sido no sábado, a grita ainda está forte: dos torcedores, da imprensa local e internacional. Por quê? Porque a tanga caiu, minha gente. E o pior: no meio da praia lotada, em um domingo de sol de 40 graus!

Jogadores
Para início de conversa, odeio gente apática, sem iniciativa, que não tem garra na vida. Identificada uma pessoa assim, não chego nem perto. Imagine, então, assistir a um time apático, a uma seleção de jogadores que não fizeram absolutamente nada a Copa inteira. Nunca vi um time tão desinteressado na minha vida. Na verdade, não acompanhei nenhum jogo desse campeonato em que um time não tivesse lutado até o último minuto pela vitória. Aliás, foram nos últimos minutos que aconteceram reviravoltas impressionantes. Foi revoltante, mas passou rapidinho para mim. Não ligo muito não.

Gol da França contra o Brasil e Ronaldinho: - Ai, caralha. Fudeu!

No post “Já foi tarde” brinquei com o fato dos argentinos terem sido desclassificados pelo time da Alemanha. Minto: não só eu como o Brasil inteiro gozou dos hermanos, incluindo Faustão ao vivo antes do jogo da nossa seleção. Pois é, nunca vi a frase “o mundo dá voltas” fazer tanto efeito em tão pouco tempo como no sábado. Como se diz por aí: o troco dos argentinos veio à galope. E, vamos combinar: eles riram por último.

Os jogadores de lá foram recebidos com festa em Buenos Aires. Afinal, fizeram por merecer e foram dignos de vestir a camisa da seleção. Já os brasileiros... todo mundo sabe o que aconteceu, né? Bem... só sei que alguns jogadores, por exemplo, poderiam ter deixado a carreira com dignidade. Nada como saber a hora certa de parar.

Parreira e Zagallo-fiquei-vivo

Por último: Não jogo no time daqueles que ficam felizinhos da silva quando a seleção ganha jogando mal. Quase apanhei no Pelourinho (sim, dei uma passada por lá!) quando disse em alto e bom som que Ronaldo estava gordo e não conseguia correr direito. Fofuchonaldo fez dois gols na vitória contra o Japão. Depois disso, todo mundo achou que o garoto já estava recuperado. Contra o Japão! Viram?

Parreira
Não gosto de Parreira desde a Copa de 94. Agora, depois de tudo o que aconteceu, ele vem declarar que houve racha no time entre os jogadores novos e os veteranos e ele não soube administrar? Ah, poupe-me. Parece que foi promovido, né? Enfim...

Zagallo
????? Tá vivo, né? Graças a Deus!

Imprensa
Onde está a Fátima Bernardes, hein? A mascote da Globo na Copa desapareceu da telinha desde sábado quando o Brasil perdeu para a França. Coisa feia. Ela deveria ir até o fim, sorridente. Pois é... A Copa do Mundo foi empolgante para a mídia brasileira, principalmente para a emissora carioca, até que Zidane estragou a brincadeira.

No início, a euforia artificial, o ufanismo babaca, o oba-oba. Parecia que os jornalistas brasileiros foram à Alemanha para passear, brincar nas estradas alemães em carrinhos inteligentes. A seleção, por outro lado, não tinha com o que se procupar: Parreira tinha a escalação na ponta da língua, Ronaldo era Ronaldo, Ronaldinho o rei, Adriano o imperador e Juninho, a solução.

Durante dias os brasileiros foram bombardeados com informações sobre o peso de Ronaldinho, os recordes de Cafu, a briga entre Adriano e aquele jogador que foi dispensado (coitado), dos hotéis luxuosos, da hospitalidade alemã (hoje saiu a notícia de que a cidade onde a seleção estava hospedada deu graças a Deus pela seleção ter ido embora) entre outras baboseiras. E tudo ia se passando, sem que ninguém percebesse que o Brasil não treinava. As feras de Parreira estavam somente à espera dos jogos para trucidar seus adversários. Titulares incontestáveis. Veio Croácia, Austrália, Japão, Gana... cada baba miserável. Depois de cada sufoco, era só a seleção ganhar para todo mundo ficar felizinho da silva.

O moicano: Que vexame!
A mulher à direita: - Ai, que droga... não vou ser mais liberada do trabalho!

Além disso, tivemos que engolir o histérico Galvão Bueno e suas sandices ao vivo. No jogo contra a França tive que tirar o som da TV. Aliás, por falar em Globo, a emissora era só elogios à seleção. Dava tapas de pelica, às vezes. Não tenho dúvida de que, se tivéssemos jornalistas menos comprometidos com a CBF e os profissionais que formam a seleção, nossas alegrias seriam mais constantes e menos dependentes do pão e circo em que se transformou a cobertura desta Copa pela imprensa brasileira. O que se salvou? A leitura labial no Fantástico por jovens surdos. Muito melhor que as reportagens ufanistas tradicionais. Enfim...

Bonus Track
Mas, com todo o respeito pelo esforço de Parreira e seu quadrado mágico, com todo o respeito pela torcida brasileira (que encheu a cara de cerveja...), esta derrota, ainda que dolorosa, não tem muita importância. Acreditem.